segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Priscilinha - intérprete e servente! única brasileira entre moçambicanos e canadenses!

“ Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas boas, que faz ouvir a salvação...” (Isaías 52: 7)

Graç a e paz amados meus,

Vou falar do mês de outubro. Logo no início do mês tive que interromper minhas atividades educativas no lar e junto com um grupo de 8 canadenses acampei, sim acampamos em uma outra parte do distrito de Machanga para ajudar na construção de uma nova escola secundária e um outro lar para moças. Foram dias de muito sol, sol escaldante, tijolos, cimento, areia, pedra, madeira, muita interpretação. Estavamos em cerca de 40 trabalhadores moçambicanos que não falavam inglês, 8 canadenses entre 38 e 84 anos que não falavam português e uma única brasileira para fazer com que se entendessem. Acho que meu nome nunca foi tão pronunciado. Estava na area de levantamento de blocos ouvia da parte da marcenaria meu nome, logo mais “Priscila” para a cozinha, detalhe: a cozinheira nem português falava, só Ndau. Os dias passaram, as paredes subiram, as armações do telhado foram colocadas, amizades foram feitas, diferentes nações já não se importavam com o obstáculo da lingua e se divertiam, riam, cantavan juntos. Depois de quase 3 semanas de convivência o grupo canadense se despediu e com certeza fizeram diferença na vida daquelas pessoas. Eram parte de uma igreja canadense que movidos a ajudar um dos programas da MCC, arrecadaram $ 300 mil dolares para a educação de meninas em Machanga.

Claro que eu não poderia abandonar minhas meninas por tanto tempo, quase todos os dias íamos a vila para pegarmos água do poço no lar, a água de lá era mais confiavel e incolor, diferente dos poços vizinhos a obra, cuja agua usavamos para banho e limpeza de roupa e louça, mas não tinhamos coragem de beber. Alguns dias faltavam materiais para trabalhar na obra, pedras pequenas eram o maior problema, então eu os levava para trabalharem no lar, fazendo pequenos reparos aqui e ali. Trocaram lampadas, mudaram as telas das janelas que já estavam cheias de buracos, tiraram entulho do meio do caminho, colocaram varais para roupa, já que colocavámos a roupa no arame farpado da cerca entre outras coisas. Acredito que o melhor de tudo estas semanas foi a comunhão, o estar junto que fez a grande diferença. As crianças vibravam com a nossa chegada a vila e as meninas os receberam com música e dança. Todos ficaram muito satisfeitos com a convivência.

Levei os de volta à Beira. Por ter trabalhado pesado ganhei uns dias de folga e fomos todos para uma praia no fim de semana antes do retorno ao Canadá. Um local muito agradável chamado Rio Savane, onde tinhamos acesso ao rio e ao oceano Índico, fiquei ainda mais bronzeada. Acho que logo não vão poder me chamar mais de “Muzumgo”(branca).

Início de novembro ainda em Beira encontrei e almocei com Paulo Campos. Foi muito bom ver um rosto conhecido e sentir o cuidado que ele trazia com relação a minha saúde física, espiritual e psicológica. No outro dia nos vimos pela manhã e nos despedimos. Ele voltava para o Brasil e eu estava indo para Chimoio.

Agora estou em Chimoio, encontrei a família enviada, Jefferson, Tania e Jeremy em um culto para missionários hoje. Aqui em Chimoio espero visitar as igrejas menonitas aos arredores (Nilda, desta vez o dinheiro chegará nas mãos do Pr. Paulo) e ajudar no treinamento de educadores da educação infantil.

Como as meninas estão de férias de novembro a janeiro estarei trabalhando em outras areas neste período. Faço traduções para MCC e ajudo onde precisam.

A saudade bate forte as vezes e é dificil não lembrar do meu Brasil e das pessoas queridas que aí estão. Graças a Deus estou bem, me alimento bem, trabalho, me diverto, ensino e aprendo.

Protetor solar já foram 2 tubos em 2 meses e ainda nem estamos no verão... Já sofri um pouquinho com minha alergia ao sol, mas por pura teimosia de querer uma marquinha de biquine quando fomos a praia. Geralmente me escondo do sol o quanto posso, o que não é fácil aqui. Orem pela minha saúde. Deus tem me fortalecido e nada de malária por enquanto, mesmo sendo picada por pernilongos de vez em outra. Decidi tomar rémedios anti-malaria, mesmo sendo um pouco polemicos. Bom, mas enfim, estou resfriada e este é o segundo resfriado até agora. O tempo não ajuda, o vento traz muita poeira e agora estou com muita tosse. Ontem comprei remédio para respirar melhor, hoje tive que comprar um xarope, pois não consegui dormir a noite passada.

Amados, espero que esta carta os encontre com saúde, bençãos e muita fé. Lembrem-se que “Vós sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarde as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1Pe 2: 9)

Grande abraço,

Priscila Santana- priscilinha_sant@hotmail.com

Rede de intercâmbios de jovens Anabatistas Menonitas do MCC Comitê Central Menonita

Servindo em Machanga, na Província de Sofala em Moçambique.

 
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